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Design de mente


Fim do dia que encerra mais uma semana de trabalho.

As vezes acho que a semana passa rápido e as vezes acho que ela não quer passar de maneira alguma.

Tenho a impressão que todo mundo pensa assim, pelo pelos quem trabalha nessa pegada de metrópole.

Hoje conversei com uma amiga designer pela manhã.

Foi um papo bem proveitoso onde falamos sobre o tempo.

Mais especificamente sobre o tempo que nos resta nessa vida e o que fazer com ele.

Depois de certo tempo alguns de nós temos a tendência de voltarmos nosso olhar para o tempo que ainda falta para nós nesta vida e então geramos expectativas sobre o que ainda precisamos fazer.

O problema é que estas expectativas são geradas erroneamente umas sobre as outras e vão causando problemas a quem as produz.

É como se a obrigação aumentasse seu peso e o tempo em si começasse a diminuir bruscamente.

Depois de certa idade para alguns isso é uma constante.

Uma perda significativa como foi o caso da minha amiga que perdeu o pai pode ter efeitos esclarecedores quando o assunto é tempo.

Ela me disse que depois de perdê-lo ela começou a analisar como ele havia vivido sua vida e o que ele tinha feito neste tempo todo.

O que havia conquistado, o que havia perdido e o que havia de fato vivido e aproveitado.

Nosso papo foi de uma maneira tão clara pra mim que me fez mergulhar em meu ser e analisar minha vida naquele ponto exato do tempo.

Foi como se eu pudesse apertar um botão e assistir a tudo.

Foi aí que entendi que algo já havia acontecido.

Eu já havia realizado várias coisas durante a minha vida e muitas delas me levaram até ao meu momento atual naquele instante. Muitas escolhas, na sua maioria tendo a mim como motivadoras.

Mas houve muitas delas que surgiram da vontade de terceiros e que também me esculpiram e fizeram quem eu sou atualmente.

Comecei a entender que o meu foco deve sim ser o futuro porém sem esquecer do meu passado.

A eternidade como vida biológica não é uma verdade ainda mas a vida ainda acontece enquanto não se deixa de respirar.

Naturalmente esperamos muito caminho a viver pela frente e nossas realizações estarão presentes por todo ele mas as expectativas quanto a isso não devem assumir uma importância sufocante ou frustradora de momentos bons que ainda estão por vir.

O fato de a maioria de nós não saber quando irão partir deveria sim nos influenciar mas de uma maneira saudável quanto ao nosso modo de viver e de olhar as coisas ao nosso redor.

Chegamos sem trazer nada e partimos levando as mesmas coisas que trouxemos, NADA!

O que importa ou pelo menos deveria importar é o que vivemos e como vivemos.

O quanto abraçamos, o quanto amamos, quantas pessoas fizemos felizes ou quantas nos fizeram felizes.

Entendi naquela breve conversa matinal que eu olhava para o lado certo mas com expectativa errada e que também havia toda uma trilha percorrida onde eu poderia buscar forças para embasar minhas expectativas futuras com mais prazer e alegria.


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